quinta-feira, 27 de novembro de 2008

EnModa 2008

Por: Mila Pizzoni
Fotos: Mila Pizzoni

Aconteceu na última terça-feira, o desfile EnModa que é um projeto de conclusão do curso superior de Tecnologia em Moda e Estilo do Senai em parceria com a Unesc.



O evento contou com a presença de um público selecionado, entre os convidados estavam colunistas, jornais da região, fotógrafos e familiares dos novos estilistas.




A passarela foi montada no Siso's Hall e nela desfilaram 35 modelos da agência Mega Models.
Para criar os 87 looks, os estudantes criaram uma empresa e uma marca, e com pesquisas definiram o perfil do seu consumidor.






Confira mais fotos no site: http://www.milapizzoni.com.br

Cultura gaudéria!



Por Marcos Damazio Filho

A cultura gaucha é composta por vários ritmos musicais, sendo a maioria deles variações de dança de salão centro-europeias populares no seculo XIX. Esses estilos originados da valsa, xote, mazurca, e polca foram adaptados como vaneirão, chamamé, milonga, chimarrita, entre outras.

Criado em 1928 na província de São Francisco de Assis pelo gaiteiro Wenceslau da Silva Gomes, o bugio é o único ritmo 100% gaúcho. Com inspiração no ronco dos bugios, macacos que habitam as matas rio grandense, por ter sido considerado obsceno, o estilo foi banido da província e passou a ser cultivado em São Francisco de Paula, onde é realizada até hoje o festival "O Ronco do Bugio".

Algumas danças são marcantes na tradição gaucha como: anú(dança tipica do fandango gaucho, dividida em duas partes, uma cantada e outra sapateada), chimarrita(trazida pelos açorianos na metade do seculo XIX. Dançada em pares enlaçados com influencias do xote e da valsa), chula(dança em desafio apenas praticada por homens. Ao som da gaita gaucha, cerca de dois ou três dançarinos executam sapateados por cima de uma lança com aproximadamente quatro metros).

Em meados dos anos 70 é criada em Uruguaiana a Califórnia da Canção Nativa. A partir dessa época nascem os festivais de música nativa, que vieram a incentivar o surgimento de novos ritmos, músicos e compositores. Com canções mais elaboradas e letras com dedicatórias ao Rio Grande do Sul, a música nativista é na verdade uma de ritmos que ja existiam, com destaque para o chamamé e a milonga.

Luciano Leães. Diversão, paixão e profissão.



Por Caroline Grechi

Caminhando pelas dependências do Centro Cultural Célula, em Florianópolis, enquanto aguardava pela passagem de som para mais um show, um simpático pianista me contou um pouco de sua história, enquanto dava paradas ocasionais para tirar algumas fotos da decoração do ambiente, repleta de camisetas de bandas e discos de vinil.

Aos sete anos de idade Luciano Leães começou a expressar seu talento para a música, transferindo suas emoções para o piano através de seus hábeis dedos infantis. Nas festas de família e nas tardes passadas na casa da avó paterna, Luciano tocava piano com seus tios, e lembra que na sua infância, a maioria das festas de Natal eram realizadas ao som de piano. O garoto de cabelos pretos, hoje é um homem de belo sorriso e um dos pianistas mais elogiados do Sul do país.

Contando sempre com o apoio da família, Luciano seguiu se aprimorando e cada vez mais se apaixonando pelo piano. “Na infância, era uma das brincadeiras prediletas, na adolescência se tornou um grande prazer. Até hoje acredito que toco com a mesma vontade dos tempos em que isso era uma brincadeira, ou até mais”, comenta o moço ao parar para admirar uma parede com um gigante painel de palavras cruzadas.

Ao sentar-se em frente ao palco e apanhar uma bolacha recheada do pacote em minhas mãos, Leães relembrou das dificuldades pelos quais passou, mas que com muita persistência e paixão pela música, conseguiu superar. “Lembro de ouvir os discos dos mestres do blues e ficar horas em frente ao piano, tentando tocar como eles; ouvia alguns álbuns e ficava desanimado, pensando que nunca ia conseguir chegar perto daquilo. Hoje sei que as dificuldades vão continuar sempre, pois isso é apenas uma variável que faz da música uma forma de expressão tão complexa e bonita. Foram anos até chegar a um nível que me deixou satisfeito”.

Esse nível a qual ele se refere também deixa outros grandes músicos muito satisfeitos, e é um dos motivos pelos quais Luciano é convidado a participar de inúmeros trabalhos de bandas que fizeram e ainda fazem história no Rio Grande do Sul. Além de trabalhar com produção musical e composição de trilhas no seu estúdio em Porto Alegre, Leães divide seu tempo tocando em três ou quatro bandas.

Uma delas é a Locomotores, resultado da união de músicos já bem conhecidos na cena roqueira do Sul do país, e composta por ex-integrantes de bandas como Cachorro Grande e TNT. Outro trabalho, que começou com uma participação no DVD da banda, é a parceria com o Acústicos e Valvulados; amigos de longa data que agora também contam com Leães para realizarem seus shows.

A lista continua. No final dos anos 90, o pianista conheceu Fernando Noronha. A “Jam session” realizada pelos músicos ocorreu com tanta naturalidade que o resultado foi sua integração à Fernando Noronha & Black Soul, da qual faz parte até hoje; tendo inclusive realizado inúmeras turnês pela Europa, a mais recente no começo de 2008.

Já as participações, se perdem na longa lista de amigos... Entre os vários trabalhos, estão a contribuição no segundo CD da banda instrumental Pata de Elefante, e a participação como pianista/organista e co-produtor do disco “Let me in” do harmonicista brasileiro Alex Rossi, que desponta no exterior como uma das grandes revelações na harmônica (a popular “gaita de boca”).

Ao longo de sua carreira Leães passou por palcos do mundo inteiro, com destaque para o Festival Internacional de Jazz de Montreal e diversos outros festivais e casas da América latina e Europa. Também teve a oportunidade de trabalhar/tocar com músicos como BB King, Chris Duarte, Celso Blues Boy, Renato Borghetti, Carey Bell, Holland K. Smith e Litlle Jimmy King.

Comendo a última bolachinha do pacote de Negresco (que por descuido de algum dos Acústicos e Valvulados, acabou caindo em nossas mãos), Luciano diz que o conselho que dá aos seus alunos de piano ou a algum músico iniciante no instrumento, que lhe pergunte qual o caminho para chegar aonde ele se encontra atualmente como profissional, é o de nunca desistir e treinar sempre.

“Passei por muitas dificuldades em meus estudos de blues e soul, mas nunca associei música a algo negativo ou difícil. Mesmo nas horas mais complicadas, eu sentia prazer em tocar e a vontade sempre superou qualquer obstáculo”, encerra o mestre das teclas ao me dar um sorriso, antes de subir ao palco e se preparar para mais um show na sua longa a e apaixonada história com a música.



Myspace do músico:
www.myspace.com/lucianoleaes